O Lugar da Infância

O mérito, o valor e a excelência

O mérito, o valor e a excelência foram convidados para a festa do ano.
Vestiram-se a rigor, puseram o seu melhor sorriso e, antes de sair de casa, dançaram juntos ao som de Freddie Mercury.
Ao chegar à escola, sentiram-se ainda mais especiais. Estava tudo tão bonito. As flores que enfeitavam o auditório, as luzes que traziam outro brilho ao palco, a toalha azul, a mesa de café, o chá… e uns rolinhos brancos, muito alinhados, atados com uma fita branca de cetim, que faziam quase adivinhar a importância das coisas que traziam escritas.
Todos endireitavam o corpo, com ar imponente, de mãos atrás das costas para os receber: a equipa da direção, os professores, os pais e uii… imagine-se, até o presidente da câmara!

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Adolescer

Menino ou menina?

Disse-me, finalmente, depois de um silêncio ensurdecedor: “Eu não posso ir à escola porque não posso ir à casa de banho.”
Tentei disfarçar o aperto no peito e pensei: “Merda. Tu não sabes o que isso é!”
Tu não sabes o que é não saber a que casa de banho deves ir (ou melhor, saber, mas não poder fazê-lo com medo de que os outros não o saibam).
Não sabes o que é ouvi-los chamarem por ti, num nome que não queres ouvir.
Tu não sabes o que é menstruar todos os meses e saber que os rapazes não menstruam.
Não sabes o que é esmagar as mamas todas as manhãs com cinco camadas de tops, três números abaixo do teu, e ficar sem respirar o dia inteiro.

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Escola Feliz

Não meus senhores, eu não entendo…

Não meus senhores, eu não entendo que as escolas promovam desfiles de vaidades (dos pais e da própria escola), com base nas notas dos testes, deixando de fora centenas de crianças que, só por serem crianças, mereceriam todos os louvores;
Não meus senhores, eu não entendo que se pense e se apregoe, que um aluno bem comportado é um aluno que se cala e obedece;
Não meus senhores, eu não entendo que se desista de uma criança apenas e só porque ela dá trabalho e esse trabalho cabe à família.

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Escola Feliz

A vida dos outros

A vida dos outros interessa-me.
Ou melhor, a vida dos miúdos com quem trabalho, interessa-me.
Interessa-me porque acredito que não é possível ajudar alguém que não vai bem na escola, sem primeiro entender como vai em casa, ou como vai por dentro.
Interessa-me porque tudo aquilo que somos, ou melhor, tudo aquilo que mostramos aos outros, é resultado das nossas vivências, reflexo de tudo o que trazemos na “mochila” que colocamos às costas todos os dias.
E há “mochilas” tão pesadas que eu às vezes dou por mim a conter a vontade de chorar, quando ouço as histórias que nelas se carrega.

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Eu, Rita.

Sou psicóloga e formadora com especialidade na área da saúde e da educação e trabalho como psicóloga escolar desde 2006, atividade que muito me preenche e me faz acordar todas as manhãs cheia de energia e vontade de continuar a aprender.

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