Tornarmo-nos pais

Mum is not the boss.

Às vezes não oiço o que sinto.

E tenho de isolar as vozes que me ecoam na cabeça, para as identificar e lhes tirar todas as manhas. Depois, preciso de tempo para me reencontrar no meio da multidão e escutar-me, com a atenção que me é merecida.

Acredito cada vez mais, que esta mania de não nos ouvirmos é aprendida na infância e que as vozes que nos ecoam vezes demais e nos atrapalham o sentir, são as vozes dos adultos com que nos cruzámos ao longo do nosso crescimento.

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O desafio da parentalidade somos nós, não são os nossos filhos.

O desafio de nos tornarmos pais é um desafio interno, uma transformação que acontece no lugar mais fundo de nós e nos obriga a um outro olhar sobre quem somos, sobre quem fomos, sobre a pessoa que um dia, gostaríamos de ser. É força que nos empurra em direção ao caminho de desaprender tudo o que demos como certo, abrindo espaço a tudo o que afinal ainda não sabíamos.

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Às mulheres que não queriam ter sido mães.

A vida há muito que me ensina, que isto não é um guião encomendado, que as personagens não sabem as falas de cor, e que a história não se repete com os mesmos takes para todos.
A vida há muito que me ensina, que o mundo não se encerra na forma como o sinto e muito menos, como o sinto. Felizmente.

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Vai uma palmadinha?

Quando batemos numa criança estamos a pôr em causa a ligação de segurança que tem connosco, a colocá-la numa situação de ameaça e de ambivalência emocional: a pessoa que a protege e cuida é a mesma pessoa que a faz sentir em perigo. E isto, acreditem, é extremamente desorganizador.

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Como ajudar os filhos a desenvolver a inteligência emocional?

Mesmo que não consigamos proteger os nossos filhos de tudo (nem isso lhes seria benéfico), mesmo que os nossos sonhos não se cumpram nos seus (porque assim não é para ser) e mesmo que muitas vezes não tenhamos as respostas prontas e ideais para todas as situações (porque elas são uma construção e aprendizagem constante), podemos efetivamente contar com aquilo que a ciência já nos ensinou acerca do desenvolvimento infantil, do nosso papel enquanto educadores e das premissas que lhes são suporte ao desenvolvimento emocional.

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Sobre as mães

O Manel devia ter um ou dois meses quando fiquei com 39 graus de febre por causa de uma mastite. Lembro-me de estar no banho e de deixar o corpo escorregar para se encolher a um canto da banheira, num choro tão de dentro que só o som da água a cair conseguiu disfarçar. Na minha cabeça gritavam as palavras: “Não podes ficar doente. O teu bebé precisa de ti. Não podes ficar doente. O teu bebé, o teu bebé… “ Fiquei ali o tempo que pude. Sozinha (ainda que tivesse a casa cheia de gente) e a achar-me a pior mãe do mundo, apenas e só porque me sentia sem forças, incapaz de lidar com a intensidade com que precisavam de mim.

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Eu, Rita.

Sou psicóloga e formadora com especialidade na área da saúde e da educação e trabalho como psicóloga escolar desde 2006, atividade que muito me preenche e me faz acordar todas as manhãs cheia de energia e vontade de continuar a aprender.

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