Disse-me num choro compulsivo e quase angustiante:
“Não quero estar infetada porque depois vou morrer!”
Tem 12 anos. Tem 12 anos e não precisava do medo e da (des)informação que a atropela todos os dias, pela voz de tantos de nós, pela verdade das notícias que lhe entram casa adentro, ditas por gente séria e bem vestida, sem saber ela que a forma como a verdade das coisas é integrada, depende acima de tudo da forma com que a queremos contar.
Acho que andamos todos ainda um bocadinho distraídos em relação aos efeitos colaterais deste vírus. Acho que estamos ainda a esquecer-nos da nossa responsabilidade enquanto educadores e do papel que cada um de nós tem de assumir para que este vírus não nos devore a todos e sobretudo, não devore a infância e a transforme para sempre num lugar menos bonito e até menos seguro.