As 12 coisas que provavelmente odiávamos quando éramos adolescentes.

Toda a gente sabe que quando nos tornamos mães e pais somos acometidos por uma espécie de amnésia seletiva, que nos leva a esquecer uma boa parte de quem fomos antes.
 
É como se nos reinventássemos, numa desejada melhor versão de nós próprios que, por mais bem intencionada que seja, acaba sempre por deixar pelo caminho coisas importantes, como por exemplo, o facto de já termos tido a idade dos nossos filhos e de já ter sido um pouco nosso, o seu sentir.
 
E porque às vezes é preciso fazer um rewind para que os passos em frente se façam mais felizes, arrisco-me hoje a trazer de volta algumas das coisas que talvez te tenham feito desesperar quando eras adolescente…
 
1. Que não te ouvissem.
No momento exato em ias começar a falar, lá vinha uma voz da razão que dizia algo deste género: “Já estou a ver onde queres chegar! Nem penses nisso!” E tanto que tu tinhas treinado a argumentação na noite anterior.
 
2. Que banalizassem tudo. Tenho um amigo a quem o pai dizia: “Deixa lá filho, as mulheres são como os autocarros. Não apanhas este, apanhas o próximo!” Lembras-te de alguma semelhante, que te fizesse ter a certeza que os teus pais estavam a milhas do que estavas a sentir?
 
3. Que partilhassem a tua intimidade com toda a gente.
“Nem imaginas o tempo que passa a pôr laca no cabelo.” ou, “Agora lá em casa só come ervas. Manias.” E tu só desejavas enfiar-te no primeiro buraco que te aparecesse.
 
4. Que generalizassem tudo o que fazias. Andavas tu a dar o teu melhor e lá vinham os vaticínios começados por: “Estás sempre a…” ou “Tu nunca…” Bah.
 
5. Que criticassem a roupa que vestias (válido para o penteado, para a música, alimentação…) Ah, e que te aconselhassem a levar um casaquinho.
 
6. Que exigissem que soubesses o que fazer no futuro. “Já sabes qual é o curso? Não vais estudar, vais trabalhar!” ou “Tens de pensar bem, porque isto não está para brincadeiras!” E tu sabias disso, mas nem sempre era fácil decidir.
 
7. Que duvidassem da tua capacidade para escolher os amigos (válido para os namorados/as também…). E logo quando tu te tinhas conseguido aproximar da malta mais cool do liceu.
 
8. Que perguntassem “Como foi a escola?” Havia sempre tanto para a dizer mas o enjoo da mesma pergunta todos os dias, só resultava num também enjoado: “Correu bem.”
 
9. Que ligassem 30 vezes por dia.
 
10. Que mandassem ligar outras 30.
 
11. Que te comparassem aos outros. “Ah e tal, mas a Mariana foi para a Católica.” “E o que é que eu tenho a ver com isso? – perguntavas tu…” Absolutamente nada, te digo agora eu.
 
12. Que pusessem em causa a tua capacidade para lidar com as situações.
“Tens a certeza que ficas bem? Se calhar a mãe deixa-te um franguinho guisado feito e basta aquecer…” E tu só querias que se fossem embora depressa, para poderes comer Nestum no sofá (ou quem sabe convidar o resto da malta lá para casa…)
 
Estas são doze das coisas que, muito provavelmente, odiavas que os adultos fizessem quando eras adolescente.
 
Aposto que com boa vontade, conseguíamos arranjar mais meia dúzia, tal como aposto também que se usares estes exemplos como checklist das tuas reações aos comportamentos dos teus filhos , ainda dás por ti a assinalar alguns.
 
Toda a gente sabe, que quando nos tornamos mães e pais, a coisa muda de figura e é tão mais fácil falar do que fazer. Afinal, são nossos os filhos (não são mas gostamos de acreditar que sim) e amamo-los como ninguém.
 
Toda a gente sabe disto, mas às vezes é mesmo preciso trazer a memória do adolescente que fomos e voltar a calçar os ténis, para entender.
 
P.S – Não te proponho que coles esta lista no frigorífico, porque existem coisas que devemos guardar para nós, mas se a colares num lugar mais reservado (pode ser no coração), sempre dá para lhe dar uma olhadela volta e meia… Eles agradecem. E tu já te lembras porquê.

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Eu, Rita.

Sou psicóloga e formadora com especialidade na área da saúde e da educação e trabalho como psicóloga escolar desde 2006, atividade que muito me preenche e me faz acordar todas as manhãs cheia de energia e vontade de continuar a aprender.

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